*Por Selma Kharfan
Tenho lido muitas matérias sobre a revolução digital, mudanças nas formas de trabalho, inteligência artificial…
Gosto muito do assunto, principalmente por trabalhar em uma empresa de tecnologia. Mas um assunto me intrigou: “E o RH? Está se adaptando a estas mudanças?”
Foi um grande choque, pois sempre acreditei estar “antenada” com as novidades, que acontecem todos os dias onde trabalho.
Devo incluir alguma ferramenta nova no processo seletivo? Devo alterar algum processo que realizo? Como me preparar para esta revolução tecnológica?
Como boa analista que sou, revisitei meus processos, pensei em coisas novas, pesquisei, mas faltava alguma coisa. Não estava satisfeita com os resultados.
Foi quando um funcionário me chamou para tomar um café (Se alguém me chama para tomar um café, é porque quer conversar, já que todos sabem que eu não tomo café…).
E então veio a resposta, clara e nítida, de como eu tenho que me preparar para todas as mudanças que estão por vir.
Ouvir com empatia, com acolhimento, sem julgamentos, sem palpites. Foi para isso que eu estudei, me formei e tenho trabalhado todos estes anos. Fazer aquilo que eu sei fazer de melhor. Isso não vai mudar; aliás, a tendência é que as pessoas precisem cada vez mais disso.
A transformação digital já está acontecendo, não tem como fugir dela; vou ter sim que me adaptar: “aprender, desaprender, reaprender”.
Mas de nada adianta ter todas as ferramentas, toda tecnologia, se eu não conseguir olhar o outro, em sua essência.
Gosto muito de uma frase que foi dita há mais de 100 anos, mas para mim, continua mais atual do que nunca. É do Carl Gustav Jung, fundador da psicologia analítica:
“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana.”
*Selma Kharfan é gerente de Recursos Humanos da ONCLICK há sete anos. Possui formação em psicologia e pós-graduação em RH.
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