Retail media: o que é, por que virou prioridade em 2026

Retail media é, na prática, a mídia vendida por varejistas (e marketplaces) usando seus próprios canais e dados para conectar marcas a consumidores no momento mais valioso da jornada: a compra.

Em 2024, o retail media já movimentou cerca de R$ 3,5 bilhões no Brasil, com crescimento relevante ano a ano, segundo o estudo repercutido pelo E-Commerce Brasil. Isso explica por que o tema saiu do “laboratório do marketing” e virou pauta de operação, dados e tecnologia.

Se você está avaliando um ERP (ou quer extrair mais do que já tem), aqui vai a visão mais útil: retail media só escala quando a “fundação” está pronta. Catálogo organizado, estoque confiável, preço consistente, pedido rastreável e conciliação financeira em dia. Sem isso, a mídia até roda — mas o ROI vira discussão eterna.

O que é retail media (sem enrolação)

Retail media é o conjunto de espaços publicitários que um varejista oferece para marcas anunciarem dentro (e ao redor) do seu ecossistema. Isso inclui site, app, e-mail, push, telas em loja, mídia off-site e até parcerias. Um bom ponto de partida para entender o conceito e o mercado na nossa região é o Guia de Retail Media (LATAM) do IAB Brasil.

O diferencial é a combinação de intenção de compra + dado próprio + mensuração “fechada”. Em vez de depender só de cliques e modelos probabilísticos, o varejista consegue ligar exposição do anúncio a ações reais, como “adicionou ao carrinho”, “comprou”, “recomprou”, “trocou” e “cancelou”.

Por que retail media cresceu tanto

O investimento migrou para onde dá para medir resultado e impactar venda com mais precisão. Isso vale especialmente quando o mercado discute privacidade e limitações de rastreamento em ambientes abertos. O próprio Google orienta empresas a testarem cenários em que cookies de terceiros podem estar bloqueados por escolha do usuário, o que reforça a busca por estratégias baseadas em dados próprios (documentação do Privacy Sandbox).

Do lado do varejo, retail media também vira uma nova linha de receita com margem interessante — e, do lado da indústria, vira um canal que influencia a compra perto do caixa. Para contexto de crescimento, a Nielsen destaca a aceleração do canal e a diversificação de formatos (search, display, vídeo) dentro de redes de mídia de varejo (O futuro da mídia de varejo (Nielsen)).

Onde o retail media aparece na prática

  • On-site (no e-commerce/app): produtos patrocinados no search, vitrines patrocinadas, banners, recomendações e páginas de marca.
  • Off-site: uso de audiências do varejista para impactar o consumidor fora do site (ex.: display, vídeo/CTV), levando de volta para compra.
  • In-store: telas digitais, mídia no PDV e ativações conectadas a zonas da loja, com padronização de termos e métricas ganhando força.

O ponto importante: quanto mais canais você ativa, maior a exigência de consistência operacional. A promessa do “closed-loop” só se sustenta se o pedido, o estoque e o pós-venda estiverem bem integrados.

Quais métricas importam (e quais armadilhas evitar)

Retail media não é só CPC. Em redes maduras, entram métricas como “new-to-brand”, taxa de conversão por categoria, participação de busca, incrementalidade e iROAS (retorno incremental). Para reduzir ruído, o mercado vem avançando em padronização de métricas e definições — por exemplo, com os Retail Media Measurement Standards (IAB Europe).

A armadilha mais comum é medir “venda atribuída” sem olhar para margem, ruptura e devolução. Se o anúncio empurra um SKU com estoque baixo, você compra um problema: atraso, cancelamento e avaliação ruim. E isso custa caro no longo prazo.

O que um ERP tem a ver com retail media

Para o time de marketing, retail media parece “mídia”. Para a empresa, é mídia + operação + financeiro. E é aqui que o ERP deixa de ser bastidor e vira protagonista: ele centraliza o que define o sucesso (ou o fracasso) da campanha.

Alguns exemplos diretos:

  • Catálogo e preço: título, atributos, variações e preço correto aumentam relevância no search do varejista e reduzem devolução.
  • Estoque e promessa: estoque confiável evita anunciar o que não entrega.
  • Pedido e pós-venda: acompanhar status e SLA melhora experiência e protege a marca. (Veja: Tracking de pedidos da sua loja em 2026.)
  • OMS e orquestração: centralizar a gestão do pedido evita quebra quando você vende em múltiplos canais. (Veja: OMS – Order Management System: o que é.)

Quando esses pilares estão em ordem, você consegue operar retail media com governança: quem aprova preço, quem garante estoque, quem valida margem, quem fecha a conta de mídia vs. receita.

Checklist rápido: antes de investir pesado em retail media

ItemComo conferirPor que impacta o ROI
Cadastro de produtos padronizadoCampos obrigatórios, atributos por categoria, imagens e variaçõesMelhora relevância no search e reduz devoluções
Estoque confiávelInventário, reservas, ruptura e integração por canalEvita campanha “vender o que não entrega”
Promessa logística controladaSLA por região, transportadoras e separaçãoProtege conversão e reputação
Pós-venda estruturadoTroca/devolução, rastreio e comunicaçãoEvita prejuízo invisível após a venda
Conciliação e margemTaxas, comissões, verbas, iROAS e margem por SKUGarante que “vender mais” seja “lucrar mais”

Como começar em 30 dias (sem reinventar a roda)

1) Escolha um recorte. Comece por uma categoria com boa margem e giro previsível. Evite itens com alta devolução ou lead time instável.

2) Arrume a casa do dado. Defina “fonte da verdade” para catálogo, preço e estoque. Se cada área usa uma planilha, a campanha vira disputa de versões.

3) Padronize KPIs e rotinas. Combine, antes de ligar a mídia, quais métricas contam (venda, margem, iROAS, ruptura, cancelamento). Isso reduz briga no fechamento.

4) Integre operação e marketing. A campanha precisa conversar com OMS, logística e atendimento. Em e-commerce, isso costuma ser o divisor de águas entre crescer e “quebrar por excesso de demanda”.

Se você quer uma visão mais ampla do cenário e das prioridades operacionais para 2026, vale ler também o nosso Panorama do e-commerce em 2026: como preparar sua operação e, para logística interna, o guia sobre picking list.

Retail media com governança: onde a ONCLICK entra

Quando retail media vira um canal relevante, a empresa precisa de controle: pedido, estoque, fiscal, financeiro e indicadores em um só lugar. É exatamente por isso que um ERP/OMS bem implementado acelera o retorno da mídia — e evita que o crescimento trave na operação.

Se sua operação vende em múltiplos canais e quer escala com previsibilidade, conheça o ONCLICK KPL (OMS nativo para fluxo completo de pedidos) e veja como ele se conecta aos fundamentos de gestão em software de gestão empresarial (ERP): o que é e como escolher. Assim, seu retail media deixa de ser só “mídia” e passa a ser crescimento com controle.

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