Saiba mais sobre a formação de preço para um negócio no varejo

Existem muitos fatores que são fundamentais para o sucesso de uma empresa e, sem dúvida, a formação de preço é um deles. Por isso, definir bem quanto cobrar pelos produtos é essencial para o crescimento de um negócio no varejo.

A seguir, vamos abordar como os responsáveis por essa tarefa podem agir da forma adequada, considerando certos detalhes e evitando algumas armadilhas. Acompanhe!

Por que a formação de preço é vital para seu lucro?

A correta estratégia de preços tem um papel imprescindível na sobrevivência de um empreendimento. Ela precisa atender a duas necessidades básicas: quitar as despesas diárias e fidelizar clientes com valores competitivos.

É preciso ter em mente que o preço é um dos indicadores imediatos que os consumidores utilizam para avaliar suas opções e tomar a decisão de compra. Dessa forma, qualquer valor considerado fora do aceitável pode acender a luz de emergência para eles.

Portanto, ter uma estratégia bem definida no varejo é um grande passo para atrair clientes, oferecendo a melhor oferta sem perder a lucratividade e garantindo o sucesso das vendas. Além disso, a empresa pode alcançar resultados satisfatórios sem o risco de contrair dívidas ou ter prejuízos.

Quais são os métodos mais usados?

Pesquisa de preços

A pesquisa de preços consiste em fazer um levantamento dos valores praticados pela concorrência em diferentes momentos. Nele, são definidos os principais concorrentes que devem ser acompanhados.

Esse método de precificação é recomendado quando o preço do produto é o grande diferencial do negócio. O objetivo é obter o máximo de informações para analisar quais são os valores mais altos e os mais baixos. Assim, é possível identificar as maiores ameaças e definir as mudanças necessárias.

Mas vale ressaltar que tal método não deve ser o único utilizado para definir o preço: ele serve apenas como um apoio.

Margem de contribuição

A margem de contribuição é outra maneira de planejar a precificação de seus produtos. Trata-se do que sobra para a empresa depois de pagar os custos e as despesas variáveis referentes à comercialização dos itens.

A conta é muito simples:

margem de contribuição = valor de venda – (custos variáveis + despesas variáveis).

Assim, suponhamos que o custo de um determinado produto seja R$ 90 e a margem de contribuição desejada seja de R$ 50 a cada venda. Vamos ao cálculo:

50 = Valor de venda – 90

Valor de venda = R$ 140,00

Markup

No método markup, o valor de produção será a base da conta. O principal objetivo é encontrar um preço que cubra esses custos e permita obter o lucro desejado. No caso do varejo que apenas revende produtos, o custo é a quantia paga pela compra e pelo transporte até a loja.

O cálculo é obtido pela fórmula:

Markup = 100 / [100 – (despesas variáveis (DV) + despesas fixas (DF) + lucro pretendido (LP))].

Suponhamos que as despesas variáveis de um item correspondam a 20%, as despesas fixas a 10% e o lucro pretendido seja de 30%. Então, teremos:

Markup = 100 / [100 – (20 + 15 + 30)]

Markup = 100 / [100 – 65]

Markup = 100 / 35

Markup = 2,86

Se seu produto tem um valor unitário de R$ 60,00, para definir o preço de venda, basta multiplicar o custo pelo markup:

Preço de venda = CP x markup

Preço de venda = 60 x 2,86

Preço de venda = R$ 171,60

Preço baseado no lucro

Esse é outro método empregado para se chegar ao preço de venda. Usa-se o lucro pretendido como base, considerando os custos. É importante dizer que, nesse caso, não pode ser estabelecida uma margem de lucro muito alta.

A fórmula para realizar o cálculo é:

100% preço de venda = custo inicial + percentual das despesas fixas + percentual de lucro desejado

Suponhamos que o custo do produto é de R$ 30,00, suas despesas fixas equivalem a 10% e o lucro desejado é de 25% do preço de venda. Nesse caso, o valor de venda será:

100% PV = 30 + 10% PV + 25% PV

100% PV – 35% PV = 50

65% PV = 50

PV = 50 / 0,65

PV = 77,92

Quais fatores devem ser levados em conta?

Agora que você já conhece os principais métodos para precificar seus produtos, vamos apresentar os fatores que devem ser levados em conta nesse momento.

Levantamento de despesas

Para a formação de preço de um produto, é essencial fazer o levantamento de todas as despesas existentes. Isso porque cada uma delas — desde a aquisição da mercadoria até o pró-labore dos sócios — interfere no valor de venda.

Os custos fixos envolvem contas de luz e água, aluguel, salários dos colaboradores, pró-labore, material de escritório e limpeza etc. Já os variáveis podem ser: contratação de mão de obra temporária, gastos com embalagens, comissões de venda etc.

Análise do perfil do consumidor

Outra questão que deve ser considerada é o perfil do consumidor. Aspectos como classe social, hábitos de consumo e expectativa dos clientes fornecem um direcionamento mais preciso para a rede varejista (e a possibilidade de se trabalhar com margens mais altas ou mais baixas).

Preço da concorrência

Analisar os valores praticados pela concorrência contribui para direcionar a formação de preço. Esse monitoramento ajuda a entender se a margem de lucro estabelecida está dentro da realidade no local onde a loja está inserida.

Caso o objetivo seja se posicionar com valores um pouco mais altos do que os demais, utilizar uma solução tecnológica que forneça inteligência para o varejo contribuirá para uma melhor percepção dos concorrentes. Além disso, ajudará a não fugir muito do padrão praticado e a não perder clientes.

Ciclo de vida do produto e sazonalidade

O ciclo de vida ou a sazonalidade do produto são pontos que também precisam ser analisados. Quando a demanda for maior, o preço pode ser elevado; quando for menor, o valor deve cair.

Tributos

Os impostos relacionados à comercialização dos produtos são outros fatores nos quais o lojista sempre deve prestar atenção. Alguns deles já são recolhidos pelo fabricante ao vender o item para o varejista.

Inflação

Uma questão não menos importante é a inflação. Esse fenômeno econômico deve ser levado em conta na formação do preço, pois aumenta a necessidade de dinheiro para a compra de produtos e insumos — tanto para consumidores quanto para fabricantes e comerciantes, afetando diretamente:

  • o consumidor final, que perderá poder de compra e reduzirá os gastos com produtos que não sejam essenciais;
  • o varejista e toda a cadeia produtiva, que aumentarão suas margens para contrabalancear a desvalorização da moeda.

Como vimos, o preço é uma importante ferramenta de integração da empresa com o meio ambiente. Por isso, a formação de preço é uma forte aliada na busca pela afirmação no mercado cada vez mais acirrado, pois é por meio dela que o negócio começa, efetivamente, a competir e a se sobressair perante os demais.

E então? Nosso artigo foi útil para você? Esperamos que a precificação de seus produtos torne-se ainda mais ágil e competitiva. Para ter acesso a mais conteúdos como este, assine nossa newsletter e receba todas as novidades em primeira mão!

2 Comentários para "Saiba mais sobre a formação de preço para um negócio no varejo"

  • Achei as explicações muito importantes porém, como estou entrando no mercado agora, creio que alguns exemplos práticos seriam bastante úteis.

    • Olá Gilmar, tudo certo?

      Que bom que gostou do artigo!

      Realmente, exemplos facilitam a nossa compreensão, anotamos a dica para nossos próximos posts!

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