*Por Marcel Farto, CEO da ONCLICK
As invenções acompanham a humanidade desde o seu princípio. Afinal, o homem sempre promoveu avanços marcantes para a sua época.
Hoje não é diferente. Há alguns anos, a transformação digital vem invadindo as nossas vidas e empresas, impondo uma realidade em que a tecnologia avança rapidamente.
E esta é uma tendência que atinge todas as áreas, pois não está ligada apenas às tecnologias em si, mas ao contexto em que são aplicadas e aos resultados que trazem para os negócios. Em linhas gerais, a transformação digital trata da mudança cultural que a tecnologia trouxe para as nossas relações de trabalho, de consumo e pessoais.
Seguindo a lógica desse novo mundo digital, é preciso entender quais são os processos que permeiam toda a operação, pois só assim os gestores conseguem otimizá-los e utilizar a tecnologia de forma assertiva para adicionar mais flexibilidade e agilidade no dia a dia.
Dentre os pilares da transformação digital no varejo, por exemplo, destacam-se os feedbacks recorrentes, as entregas rápidas, a adaptação às mudanças e o foco no consumidor.
Ao trazer novas ideias para as vendas, tanto presenciais quanto via e-commerce, é necessário pensar não apenas na venda em si, mas em toda a estrutura que também compreende a gestão, o marketing e a logística.
A visão da liderança para este novo varejo faz toda a diferença
Entender que as relações mudaram e que a tecnologia é fundamental para a sustentação das operações de comércio é o primeiro passo para os gestores. Quem parar no tempo e não adaptar a operação poderá perder espaço para os concorrentes.
Um exemplo de transformação digital aplicada no varejo e que virou um grande case foi o do Magazine Luiza. A marca integrou as lojas física e virtual em uma operação iniciada em 2015, com o propósito de criar um ecossistema de varejo. De acordo com a diretoria, “o digital faz parte das empresas que miram o futuro”.
E não para por aí. A marca lidera um comitê estratégico formado por CEOs e Chairpersons em atividade na AMCHAM Brasil que visa aprimorar e digitalizar o varejo no país. Para o comitê, esse processo deve ser entendido como uma mudança de entendimento, visão e compressão do varejo, que passa a ser gerenciado como uma plataforma única.
Nessa orquestração, é preciso não apenas inserir a tecnologia nos processos, como apostar na identidade cultural, mostrando aos colaboradores quais serão os benefícios ao negócio, bem como a função de cada um nesse contexto
Pessoas x máquinas: como coordenar essa operação?
O que muitos colaboradores pensam é que a tecnologia vem para substituí-los. No entanto, as máquinas são importantes ferramentas para facilitar o dia a dia deles, além de adicionar mais assertividade e previsibilidade.
Quando falamos das lojas físicas do varejo, por exemplo, os colaboradores ao serem munidos de um tablet, podem auxiliar os clientes de forma consultiva, como compor ambientes com os objetos, mostrar as aplicações, entre outros. É possível até mesmo identificar se o produto desejado e não disponível para levar naquela hora tem unidades no centro de distribuição, e então, a venda é concretizada de forma online.
É preciso atingir o equilíbrio. A relação entre as pessoas e as máquinas não precisa – e nem deve – ser entendida como concorrência. A transformação digital traz uma mentalidade tecnológica sobre processos, colaboradores e consumidor final, com o objetivo de melhorar a gestão e os resultados, deixando a operação mais dinâmica, eficiente e produtiva.
Marcel Farto, CEO da ONCLICK, é formado em Sistemas de Informação pela Unesp e possui MBA em Gestão Empresarial pela FGV. O executivo soma 20 anos de experiência no segmento de TI, numa trajetória que mescla empreendedorismo e gestão de negócios. Começou na ONCLICK em 2012 como Diretor de Desenvolvimento, assumindo a presidência em 2014. Antes, foi fundador e CEO da Commit Consulting.